Pessoas que influenciaram minha trajetória intelectual

on segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Mauro Grün nasceu em Lajeado (RS) em 1965. É graduado em Filosofia e mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutor em Ética e Educação Ambiental pela University of WesternAustralia. Em 1992 ganhou o prêmio Jovem Pesquisador durante o IV Salão de Iniciação Científica da UFRGS.
Mauro Grün e Marisa V. Costa (Orientadora de Graduação em Filosofia  - UFRGS)

Publicou vários artigos e livros. Entre eles, destacam-se Ética e Educação Ambiental: a conexão necessária (Editora Papirus). O conceito de holismo em ética ambiental e educação ambiental, que integra a coletânea Educação Ambiental: Pesquisa e desafios, organizado por M. Sato e I.C. M. Carvalho (editora Artmed), e Gadamer and the otherness of nature: Elements to environmental education no periódico Human Studies: A journal for Philosophy and Sociology. Em 2007 publicou o livro Em Busca da Dimensão Ética da Educação Ambiental (editora papirus). Nesse livro Grün propõe uma ética ambiental de parceria e diálogo com a natureza, uma simbiose na qual os elementos se combinam num regime de co-participação e integração, capaz de superar os limites impostos pelo pensamento cartesiano.

É amigo e admirador do filósofo Hans-Georg Flickinger (Kassel Pucrs) (orientador de mestrado), um dos maiores expoentes da filosofia Hermeneutica no Brasil, autor de “A caminho de uma pedagogia hermenêutica. 
Hans Georg Flickinger ( Orientador de meu Mestrado em Educação na UFRGS)

Na Austrália foi orientado pelo famoso filósofo ambiental Andrew Brennan (http://plato.stanford.edu/entries/ethics-environmental/ ), com quem teve a oportunidade de dialogar durante quatro anos. A tese de doutorado de Mauro Grün intitula-se “Gadamer and the Otherness of Nature: Philosophical foundations for environmental education”
Mauro Grün e Andrew Brennan (Orientador PhD em Filosofia na University of Western Australia)

Foi professor visitante do Center for EnviromentalPhilosophy da University of North Texas, onde contou com a valiosa colaboração d filósofo ambiental Eugene Hargrove, editor do Environmental Ethics, um dos mais prestigiados periódicos de Ética Ambiental do mundo. Participou da Cary Conference em New York, um momento inesquecível de confraternização e amizade por um planeta melhor. Mauro Grün declara-se um apaixonado pela filosofia ambiental e educação ambiental, mas afirma que a maior curtição de sua vida é sua filha Isabel. Atualmente mantém vínculo com o mestrado em educação da Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC), onde desenvolve temas ligados à Ética Ambiental, Educação Ambiental e, mais recentemente Estética Ambiental.

Jornais Financial Times e Wall Street Journal elogiam Marina Silva

on sexta-feira, 12 de setembro de 2014


"Em notícia publicada nesta quarta-feira, o Wall Street Journal destacou a atuação de Marina Silva em seu primeiro debate na televisão, classificando-a como forte tendo entrado há apenas uma semana na disputa presidencial. Segundo o Wall Street, em seu discurso, Marina atacou a falta de respostas de Dilma Roussef aos protestos do ano passado, que pediam melhores serviços públicos. Marina também criticou Aécio Neves do PSDB, por sua atuação na educação do estado de Minas Gerais enquanto foi governador.

Segundo o jornal americano, Marina foi alvo de perguntas dos outros seis candidatos que participavam do debate, mas fez do momento uma oportunidade para falar do seu desejo de um governo mais inclusivo com a melhora da educação, segurança pública e saúde.

Em entrevista para o Wall Street, David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília disse que o desempenho de Marina dissipou qualquer dúvida de que falta fôlego para concorrer ao cargo de presidente. “Marina foi o único candidato a apresentar propostas de seu futuro governo. A onda está aqui para ficar”, afirmou Fleischer ao jornal.

Além disso, segundo o Wall Street, o mercado tem reagido positivamente à candidatura de Marina. O índice de ações da Ibovespa subiu 0,7% no final da manhã de quarta-feira e o real foi negociado a US$2,26. Segundo o jornal, os investidores estão otimistas de que a economia do Brasil estaria em melhores mãos sob o comando ou de Marina ou de Aécio. O mercado de ações cresce, segundo o Wall Street, quando o apoio ao governo de Dilma oscila, cujas políticas têm sido criticadas por alimentar a inflação e prejudicar a competitividade do Brasil.

O debate desta terça-feira aconteceu apenas algumas horas depois da pesquisa, realizada pelo ibope, comparar as intenções de voto de Marina e Dilma. Os dados mostram que, em um possível segundo turno, Marina venceria Dilma com 45% dos votos, enquanto a atual presidente teria 36%.

No entanto, Dilma ainda lidera a pesquisa na primeira rodada de votação com 34% dos votos, contra 29% de Marina e 19% de Aécio.  Mesmo com esses dados, é quase certo que haja um segundo turno nessas eleições.

Apesar de Marina Silva estar passando por uma boa fase, alguns analistas afirmam que ainda é cedo para dizer que ela venceria as eleições. Marina tem mostrado uma grande capacidade de atingir um amplo espectro de eleitores, mas ainda não está claro se algumas posições conservadoras podem afastar parte do eleitorado jovem, que tem reforçado sua campanha. "Precisamos ver como Marina vai absorver a onda e de críticas de todos os outros candidatos e também como ela, que é uma pessoa muito conservadora e religiosa, irá responder essas perguntas sobre a sua posição a questões como o aborto e legalização das drogas”, disse Mauro Paulino, diretor do instituto de pesquisas Datafolha, para o Wall Street.


Segundo o Jornal o Ibope é a segunda pesquisa em que Marina, que só candidatou oficialmente no dia 20 de agosto, aparece à frente de Dilma. Seu companheiro de chapa, Eduardo Campos, que faleceu em um acidente de avião, não conseguiu ganhar força entre os eleitores, ao contrário de Marina, que agora aparece no topo das pesquisas. Além disso, o jornal destaca que o debate de terça-feira foi o primeiro de pelo menos outros quatro, até o primeiro turno das eleições em cinco de outubro."

Fonte: Jornal do Brasil, edição de Sexta-Feira, dia 12 de Setembro de 2014

Saiu no Wall Street Journal também...

"Os investidores estão acumulando ações brasileiras seguindo apenas uma regra simples: Quanto mais a presidente Dilma Rousseff cai nas pesquisas, mais os preços das ações sobem... 

Alguns investidores que haviam saído da maior economia da América do Sul, notaram essa transição."Nós compramos ações de empresas que particularmente não nos agradam porque elas estão muito baratas e mal administradas" diz Michel Reynal, gerente de portfolio da RS Investiments, que administra cerca de 25 bilhões. "Se houver qualquer mudança de governo, isso mudaria."

A natureza viva

on quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Gadamer (1995) salienta também que a principal diferença entre o pensamento filosófico e a ciência moderna se dá no contexto de interpretações divergentes da experiência verbal do mundo. A ciência moderna de fato desenvolveu o ideal da linguagem simbólica pura cujo objetivo era precisamente conquistar e dominar essa linguagem viva. Esse processo ocorreu tanto na matematização da ciência do século XVII quanto no pensamento neokantiano que interpretava o ideal platônico em termos de uma lei. No entanto, pode-se salientar que no mundo grego a coisa reteve ainda certa dignidade. A experiência verbalmente constituída ainda não expressa o que Heidegger denominou o pronto para usar que foi calculado e medido.


Experiências verbalmente constituídas como essas expressavam o que os seres humanos consideravam de valor. A compreensão de uma ética ambiental emerge desse modo exatamente por meio desse processo, visto que rejeita a metodologia de objetificação das ciências naturais. Para evitar ficar preso à postura metodológica das ciências naturais que vê a Natureza meramente como objeto a ser conquistado, é crucial que busquemos uma compreensão constituída verbalmente na linguagem viva. Então, é preciso enfatizar uma Natureza "viva", o sonho daqueles que pretendem superar o mecanicismo, o antropocentrismo e o reducionismo da ciência moderna. Assim, uma linguagem "viva" precisa emergir de nosso diálogo com a Natureza. Uma linguagem pura, não ambígua, presa no nível do simbolismo, não pode oferecer um meio de garantia de satisfação desse ideal ambientalista-dialógico.(...)

Ouvindo a Natureza
Assim deve ser enfatizado que os filósofos gregos não baseavam seus estudos sobre a compreensão do conhecimento na distinção entre sujeito e objeto que foi invocada pelos modernos como fonte de análise objetiva. Essa noção só emergiu com o pensamento moderno. Na verdade.
Gadamer (1995) argumenta precisamente que é necessário superar as restrições de tais estruturas de pensamento, caracterizadas como são por uma confiança no pensamento dicotômico cartesiano. Além disso, argumenta que tais erros estão intrinsecamente ligados a uma crença na linguagem como meio através do qual circule o significado. Em contraste com o sujeito/ objeto binário, a experiência hermenêutica baseia-se num diálogo entre a tradição e o intérprete. Especificamente, esse é o diálogo com a Natureza. Nesse contexto, o interrogador torna-se, desse modo, o próprio interrogado. Pois no processo de investigação das questões particulares da Natureza somos surpreendidos pelas respostas que são na verdade novas perguntas, só que agora com a Natureza no papel do pesquisador, colocando perguntas. O ponto é que no processo de fazer perguntas sobre a Natureza, emerge algo novo na linguagem.

Busto de Sócrates - University of Western Australia 

A Natureza reemerge à existência ao mesmo tempo em que se apresenta. Nesse diálogo dá-se forma a um novo espaço dialógico, um espaço em que nenhum participante é diretamente envolvido. Gadamer define essa relação dialética única como ouvir: "Não é que só o que ouve também é endereçado, mas o que é endereçado precisa ouvir quer queira ou não" (1995, p. 462). Para o filósofo alemão, esse fenômeno de escutar é fundamental para a experiência hermenêutica. A essa altura, a escrita torna-se obstáculo para a genuína tarefa de escutar.

A experiência hermenêutica é assim centralmente dependente da linguagem enquanto evento. Essa compreensão é, então, o desafio mais radical para a metodologia científica moderna. Ela supõe que, numa prática crítica mais genuinamente sintonizada com as necessidades do ambiente, esse ouvir dialético conferiria à Natureza uma voz falante. Gadamer define tal processo como a capacidade da "escuta" hermenêutica. Além disso, observa que, para essa hermenêutica emergir, urna consciência de um Outro inteiramente participante precisará ser criada, um Outro que existe como mais do que um simples objeto de pesquisa. Para ele, a linguagem desse diálogo não denota uma fala meramente em termos de gramática e sintaxe, mas um diálogo caracterizado pelas conotações mais ricas de tudo que é dito ou deduzido na tradição. Gadamer (idem) salienta que, na metodologia analítica moderna, a coisa examinada é objetificada. Isso é o contraste direto com a forma corno os gregos pensavam e agiam, pois em seu trabalho a coisa mesma reforça seu ser. Argumentar uma tese da fala como meio de diálogo é atribuir uma visão marcadamente distinta da dialética grega e também da metodologia científica moderna. Isso dito, é importante observar que a hermenêutica filosófica não se preocupa com a eliminação do poder da fala, uma preocupação que era central para a dialética grega. Contudo, mantém algumas semelhanças, especificamente na medida em que continue sustentando a necessidade de compreender algo no contexto de suas ações, como um evento que resulta de um escutar ininterrupto.

A linguagem revela-se em uma natureza dialética e a compreensão de uma Natureza Viva é sempre, desse modo, um vir-à-fala. Consequentemente, nossa experiência com a Natureza é hermenêutica. Na compreensão hermenêutica, a Natureza é expressa sempre de um modo novo na linguagem. A compreensão hermenêutica da Natureza desse modo determina tanto a essência de qualquer diálogo com a Natureza quanto a estrutura lógica de uma questão e a abordagem da resposta. O significado de Natureza é determinado pelo horizonte das questões. Com o propósito de entender a complexidade dessa compreensão, é importante apreendermos também o contexto que origina cada questão. Pois cada questão é já uma resposta à outra questão. Nenhuma compreensão genuína da Natureza é possível sem uma consciência dessa estrutura. Buscar compreender o que está por trás do que é dito é simultaneamente buscar ir além do que tem sido dito.

Coffee break - Western Australia

A compreensão da Natureza é viabilizada apenas quando apreendemos o horizonte de uma questão e, consequentemente, assim fazendo, abrimos o leque de possibilidades de outras respostas. Para Gadamer (1995), a lógica das ciências humanas é de fato a lógica do fazer a pergunta. Ele acredita, também, que essa lógica é perfeitamente adaptada a uma compreensão mais frutífera de nossa relação com a Natureza. A concepção prévia da completude constitui o axioma da hermenêutica. Além disso, tal condição é elementar para toda e qualquer compreensão da Natureza. Ela não é uma compreensão formal. "Assim a interpretação tem a estrutura dialética de todo ser finito, histórico, na medida em que toda interpretação precisa começar em algum lugar e buscar suplantar o unilateralismo que essa inevitavelmente produza" (idem, p. 471). É por essas razões que estou argumentando que a abordagem hermenêutica diante do ambiente é superior à monológica e anônima do ambiente que é típica da ciência moderna que o trata meramente como um objeto. Por meio de uma interpretação hermenêutica, é possível desenvolver uma atitude mais humilde diante da Natureza e reconhecer que nossa compreensão é sempre incompleta. A dialética da abordagem da pergunta e da resposta determina a natureza da interpretação como evento.

Nossas próprias "apropriações" da Natureza são determinadas historicamente. Cada uma dessas "apropriações" é a experiência de um "aspecto" da coisa. Tal abordagem leva, desse modo, a uma interpretação especulativa da Natureza, em vez de uma interpretação prescritiva. Essa interpretação é imediatamente uma entre várias e sempre unicamente diferente, questão que retomarei quando abordar o debate entre Derrida e Gadamer. O ponto é então que um íon de compreensão da Natureza não é uma replicação de algo, mas, em vez disso, a criação de uma nova interpretação. Em suma, qualquer interpretação da Natureza é inseparável de uma linguagem "viva". "Nossa investigação tem sido guiada pela ideia básica de que a linguagem é um meio em que eu e o mundo nos encontramos ou, em vez disso, manifestamos nosso estar junto" (Gadamer 1995, p. 474).

Trecho do meu livro "Em Busca da Dimensão Ética da Educação Ambiental"
Mauro Grün - Doutor em Ética e Educação Ambiental pela University of Western Australia

Gadamer e a Natureza, alguns dos nossos desafios

on segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Mauro Grün em Perth , Australia

“Desde os séculos XVI e XVII, tem-se ido ao encalço do modernismo com um enfoque otimista e implacável quanto ao futuro e uma simultânea deposição da memória social e dos arredores naturais como coisas de valor secundário, duvidoso e mesmo irrelevante. O trabalho de Mauro Grün, inequivocamente, confronta o desafio do projeto de Bacon e Descartes que recebeu ímpeto extra de seguidores do Iluminismo e do ideal de racionalidade instrumental que brotou do trabalho destes. O desejo de dominar a Natureza levou-nos à beira do precipício. Nosso esquecimento do que somos e de nossa relação com a Natureza levou o modernismo a precisar confrontar suas próprias desilusões. Todo o projeto da Idade Moderna baseia-se numa concepção desvairada de nossas faculdades de criação. Não podemos apagar tudo e recomeçar do nada, pois qualquer coisa que fizermos dependerá, em última análise, da própria Natureza.  (...)
 
Nenhum filósofo contemporâneo busca a verdade no sobrenatural. Ainda assim, há coisas que as ciências não conseguem nos revelar, coisas que não estão sujeitas à observação. Portanto, apesar de toda sua habilidade, apesar de alegar que fornece toda a verdade sobre o mundo, a ciência em si não tem qualquer autoridade no assunto. De fato, a autoridade das ciências em si e suas alegações de verdade e objetividade estão profundamente implicadas como causas da modernidade. Elas descrevem o mundo como um sistema mecânico, sem vida, cujos componentes são dissecados em pormenores cada vez mais detalhados por meio da biologia molecular, da química e da física. Em vez de fornecerem a verdade sobre nosso relacionamento com a Natureza, em vez de abrirem canais de comunicação entre os seres humanos e o mundo, essas ciências estimulam a ideia de que estamos sozinhos numa terra selvagem, capazes apenas de nos comunicarmos com outros seres humanos ou talvez com um ou dois mamíferos superiores.
O que, então, Grün pretende fazer em face desse desafio? As verdades das ciências, apesar de toda sua objetividade e neutralidade estudadas, não contribuem muito para o desvelo de nossas relações com a Natureza. (...)

Grün sabiamente evita o apelo a qualquer concepção relativista de verdade, objetivando, em vez disso, uma abordagem mais modesta, que vise colocar-nos novamente em contato com o mundo ao nosso redor, que nos torne mais sensíveis ao que a Natureza busca nos dizer. Como ele fará isso?
Se a verdade não é tanto a correspondência dos fatos, mas muito mais uma espécie de comprometimento, então há ainda uma forma de revelar algumas das ilusões dos nossos tempos. Vamos admitir que a verdade seja um eterno compromisso com os outros por meio do diálogo. Assim sendo, a verdade defere a autocrítica e a crítica social como elementos essenciais à postura ética. A verdade não é apenas elemento central de um sistema democrático, mas também a oportunidade de explorar nossa situação de uma forma que reconheça nossa própria falibilidade e a dos outros. Pode essa compreensão dialógica da verdade ajudar-nos a chegar a ponto de, como colocava Heidegger, permitir que o mundo fale? Grün busca neste livro fazer precisamente isto — mostrar como podemos adotar uma postura que permita que o mundo se comunique conosco, e assim fazendo, possibilite que tenhamos acesso — sempre fragmentado e parcial — a algumas das ilusões que fiamos em torno de nós mesmos e do mundo. (...)

Como coloca Mauro Grün, o encontro com a Natureza por meio da dialética do ouvir é entrar na linguagem da Natureza. Na verdade, conforme salienta Gadamer, o diálogo - no seu devido uso - é sempre transformador. Saber que somos falíveis - que podemos estar, e frequentemente estamos errados — é o cerne da concepção de diálogo de Gadamer e, portanto, não é de surpreender que o objetivo que Grün instaura para a educação ambiental é o ensino da humildade, do respeito e da importância do diálogo. De modo sábio, mais como filósofo do que como educador, ele não apresenta qualquer plano de ensino. Em vez disso, delineia os objetivos  da educação ambiental concebida como educação para uma comunidade e o compartilhar do que é comum com a Natureza. Os céticos perguntarão se realmente há perspectivas da construção de uma comunidade com a Natureza e se um diálogo aqui não seria apenas uma metáfora. Sobretudo, o próprio Francis Bacon, um dos arquitetos do modernismo, gostava muito da noção de que questionamos a Natureza, arrancando-lhe as respostas na base do tormento e da tortura quando necessário. O trabalho de Grün força-nos a pensar novamente sobre essa velha ideia e a levar a sério a noção de que a trajetória do modernismo por tempo demais tem se caracterizado pela arrogância do torturador (...)

Se Grün está certo, há uma perspectiva para um novo despertar na educação, um despertar que leve tanto o mundo quanto os seres humanos para a presença mútua e propicie uma forma de reanimação da Natureza, cuja vitalidade tem sido dragada pelo materialismo negligente da modernidade.”  (...)

Trecho de Andrew Brennan no prefácio do meu livro "Em busca da Dimensão Ética da Educação Ambiental"

Sugestão de leitura sobre Gadamer: 


Autoria de Jeff Malpas